“Queremos ter a mesma abrangência em Portugal que o Grupo Clave tem em Espanha”

Published On: 16 Fevereiro 2022

Licenciado em gestão de empresas e mestre na área de estratégia empresarial, Joaquim Robalo dirige o Grupo Clave Portugal desde o ano passado. No seu percurso destaca-se a sua ligação à área comercial e financeira em grandes grupos nacionais, no setor de Recursos Humanos. Atualmente nos seus objetivos profissionais está o crescimento sustentado do Grupo Clave em Portugal.  

 

Está motivado com o projeto Grupo Clave em Portugal?

Claro que sim, a minha motivação quando aderi ao grupo Nortempo e ao Grupo Clave, foi o desafio de relançar a marca e impulsionar o seu arranque em Portugal. Somos fortes no norte do país e queremos crescer também a sul com uma estrutura sólida.

 

O Grupo Clave faz um ano este mês em Portugal, qual o balanço que faz deste ano de atividade?

Tem sido uma entrada lenta no mercado, mas temos imenso espaço e potencial para crescer. O Grupo Clave surge no seguimento da Nortempo, aproveitando uma série de sinergias que já existiam. Mas o objetivo do Grupo Clave nesta fase, passa pelo reforço na atividade comercial e em chegar aos clientes de uma forma incisiva no nosso segmento, ou seja, no recrutamento especializado.

 

O Grupo Clave abriu em Portugal em plena pandemia. Sente que foi um fator de penalização?

Sim, podemos afirmar que sim, isto porque as empresas embora estejam a começar a recrutar, ainda têm algum receio, sobretudo com o segmento que trabalhamos. O Grupo Clave é um grupo que se destina ao recrutamento altamente qualificado e as empresas estão retraídas no momento de fazer grandes aquisições, pela incerteza do mercado em si. Por sua vez, a pandemia também permitiu às empresas reorganizarem-se e estruturarem-se de forma vertical.

 

Como vê o setor do headhunting em Portugal neste momento?

Nos últimos meses temos notado uma maior procura no que concerne a perfis especializados. Verificou-se que houve uma estagnação na contratação empresarial derivada à situação pandémica, que agora retoma lentamente a sua atividade. Também se verifica que as empresas começaram a recorrer cada vez mais a empresas especializadas em recrutamento. Estão a afastar-se do recrutamento direto e a contratar fora estes serviços, e existe aqui uma janela de oportunidade.

 

Quais são os perfis mais difíceis de encontrar em Portugal?

Todos os ligados à área comercial, IT, engenharias especializadas e ainda a área de marketing, todos estes perfis são perfis difíceis de encontrar em quadros superiores. Há uma grande procura de perfis com experiência, sobretudo com 10 ou 15 anos de mercado de trabalho. Nesses perfis sim, existe alguma dificuldade de captação.

 

Porque são difíceis de encontrar?

Por um lado, porque as pessoas têm algum receio à mudança devido à instabilidade do mercado, e por outro, porque existe algum desajuste no que diz respeito ao que as empresas oferecem face aos que os candidatos pretendem auferir.  Notamos que as pessoas arriscam muito menos na mudança do que arriscavam há uns tempos atrás. Também é importante que as empresas percebam que os “bons perfis”, com experiências consolidadas e elevado know-how tem uma expetativa salarial diferente daquela que o mercado está a apresentar.

 

E na procura de perfis altamente qualificados, quais são as maiores dificuldades?

Não há um procuremment ativo efetivo por parte das pessoas. Nós colocamos anúncios em várias plataformas e o feedback de retorno de quadros com competências quase não existe. Áreas de engenharia, IT e marketing, são áreas muito complicadas, porque têm muita procura por parte dos nossos clientes e empresas. Uma outra agravante é que a tendência das empresas tem sido de não deixar sair os bons recursos. Diria que não há recursos disponíveis em qualidade e quantidade face à procura neste momento.

 

E falando em competências, quais são as mais apreciadas pelas empresas neste momento?

Penso que passa por ter uma experiência muito bem definida, que se verifique que existe alguma estabilidade laboral e que não há uma estagnação. Também é apreciado o crescimento gradual, outras competências importantes são todas aquelas que estão ligadas às novas tecnologias.

Quando analisamos um currículo analisamos de duas formas: verificamos se a pessoa tem experiência na área, ou se a pessoa possui experiências que possam ser uma mais-valia para a empresa. Por isso outras das tendências é procurar perfis com skills em outras áreas, para abraçarem novos projetos e novas ações, ou seja, quando se procura um gestor, não é obrigatório que tenha experiência consolidada nessa área, mas experiências em áreas ou funções que possam aportar valor à empresa. Isto faz com que o candidato venha sem vícios de mercado, e traga uma nova visão, mas com know how para assomar à empresa.

 

Estes perfis com mais experiência geralmente são perfis mais séniores, como fazem esse enquadramento?

Quadros médios e quadros superiores são questões diferentes. Para os quadros médios a experiência mínima consolidada que se pede é de 5 anos, enquanto que para quadros superiores falamos de cerca de 10 ou 15 anos. Daí que seja mais fácil encontrar quadros médios com idades compreendidas entre os 35 e 40 anos, do que quadros superiores da mesma idade e com 15 anos de experiência. Para os quadros superiores alargamos a janela de oportunidade para os 45 ou 50 anos aproximadamente. Mas o perfil tem mais a ver com a forma de estar das pessoas, os objetivos de cada um, as suas experiências e com o o seu histórico, que varia depois de função para função, mais do que propriamente com a idade.

 

Considera que os meios utilizados no recrutamento são eficazes?

Temos constatado que não há muitas pessoas à procura de novos projetos, temos verificado isso na resposta/candidatura direta aos anúncios, pelo que estamos a trabalhar o procuremment recorrendo às plataformas de recrutamento de forma a captarmos mais perfis e candidaturas.

 

Em relação ao Grupo Clave Portugal, quais são os objetivos da empresa para este ano?

Queremos expandir-nos, queremos ter a mesma abrangência em Portugal que o Grupo Clave tem em Espanha. Isto passa também por algum investimento da nossa parte a nível de marketing para dar a conhecer a marca aos clientes e entrarmos em mercados mais concorrenciais. Queremos posicionar-nos em áreas como as engenharias, marketing, finanças, IT e saúde. Embora trabalhemos em todas as áreas com exceção da construção civil, a nossa forte aposta é nos perfis mais especializados.

Somos bastante criteriosos na nossa seleção, por isso preferimos crescer menos, mas de forma mais sólida, estamos focados em crescer de uma maneira sustentável e contínua. Temos apenas um ano no mercado português, mas perspetivamos um crescimento gradual e promissor para o ano de 2022.

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